História

Freguesia do Cacém

A jovem Freguesia do Cacém foi criada em 3 de Julho de 2001, pela Lei 18-C/2001.

Até então, a localidade fez parte da Freguesia de Agualva-Cacém, criada em 15 de Maio de 1953, a qual foi extinta para dar lugar à actual organização administrativa – Freguesias de Agualva, Cacém, Mira Sintra e São Marcos. Recorde-se ainda que, antes de 1953, o Cacém pertencia à Freguesia de Rio de Mouro.

Na maioria do espaço onde hoje existem edifícios de habitação, comércio e serviços, outrora foi ocupado por vistosas quintas e moradias, configuradas num meio eminentemente rural.

As ruas D. Maria II, Elias Garcia e Marquês de Pombal eram as que registavam maior número de população, servindo de ligação a afamadas quintas, tais como a de Santa Isabel, das Flores, de São João, dos Ulmeiros e da Bela Vista, entre outras. Entre as quintas referenciadas, subsiste, embora em avançado estado de degradação, a Quinta da Bela Vista antiga residência do republicano Joaquim Ribeiro de Carvalho, personalidade contemplada pela história local como um dos cidadãos mais ilustres.

A respetiva moradia, classificada como património de interesse concelhio, apresenta vistosos painéis de azulejos, sendo um dos poucos elementos exemplificativos da beleza que o imóvel teve no passado.

A par deste emblemático edifício, de destacar ainda, em termos de património, o chafariz existente no Largo D. Maria II, que foi mandado construir pela rainha com o mesmo nome, em 1849.

Depois de ter sido retirado do local, nos finais dos anos 50 do século passado, o mesmo chafariz veio a ocupar de novo o espaço em 1998, por iniciativa da antiga Junta de Freguesia de Agualva-Cacém.

Relativamente à etimologia do vocábulo “Cacém”, ainda não foi possível chegar-se a um consenso mas há muito quem pense que a sua origem radica na palavra árabe "Qasim", que significaria repartidor ou aquele que divide. Em documentos datados de 915 a 967 surge o antroponímico "Kazem", num outro de 1020 "Kacem", ainda que não se refiram especificamente a esta zona. Embora só no século XVI tenha aparecido localmente a referência expressa do topónimo, é provável que o termo Cacém se deva a algum proprietário rural muçulmano ou mudéjar, dado que a ocupação árabe se fez sentir em toda região de Sintra.


Este texto foi construído em 2008, tendo por base o Livro “Agualva-Cacém e a sua História”, de Ana Macedo e Sousa e Teresa Mascarenhas, edições golfinho, 2000.



História

Freguesia de São Marcos

A história da pequena povoação de São Marcos teve início há muitos milhares de anos, quando grupos humanos de caçadores da Idade da Pedra ali começaram a estabelecer, temporariamente, os seus acampamentos.
A Comprovar essas remotas origens, têm sido encontrados em São Marcos diversos vestígios arqueológicos dos períodos Paleolítico Inferior e Médio, datáveis entre 00.000 a 30.000 a.c. aproximadamente.

Depois, quando as comunidades humanos iniciarem a prática da agricultura, as características desse lugar (fertilidade do solo e abundância de água) tornaram-no preferido para sucessivas ocupações de tipo sedentário, como testemunham vários achados do Período Neolítico (instrumentos de pedra polida, cerâmica, mós, etc.).

Na Idade do Ferro (sécs. VII a II a.c.) persistiu o aproveitamento agrícola dos férteis terrenos de cor castanha (natureza basáltica) das vizinhanças do lugar.
Entre a Encosta de São Marcos e o Cotão foram localizados, em 1972, vestígios que se supõe terem pertencido a um casal agrícola.

A vida rural de São Marcos continua no período romano, do qual existe uma importante estação arqueológica, cuja escavação se iniciou em 1979 tendo sido removidas terras para se detectar os seus limites. As construções já descobertas (muros, curral) e os materiais encontrados (moedas dos sécs. II a IV, fragmentos de ânfora, tijolos, etc.) não permitiram ainda esclarecer se trata de uma villa rústica ou de um vicus (grupo de casa dos servos e cultivadores da villa), mas apontam para a presença romana no local desde o séc. I a.c. até finais do séc. V.

A partir dessa época e até ao séc. XIII a história de São Marcos permanece, por enquanto, obscura.

“In Villa Agualva-Cacém”
de Teresa Maria Spencer de Mascarenhas e
Ana Paula ramos de Macedo e Sousa

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